domingo, 2 de maio de 2010

Liturgia parte por parte 3 - continuando...

Continuando com nossa série de estudos sobre a liturgia cristã luterana... (procure as primeiras duas partes nas postagens anteriores).

O Kyrie
                A palavra “Kyrie” significa “Senhor!” No Kyrie muitos não conseguem ver outra coisa senão uma confissão de pecados.   Neste caso, uma segunda confissão num mesmo culto!  Embora este aspecto certamente esteja presente, o mesmo não esgota o sentido deste “Senhor, tem piedade de nós".   Em primeiro lugar, salta à vista seu caráter trinitário.  Seu uso no culto reflete o uso de expressões semelhantes na Bíblia (cf. Sl 25.16; 26.11; 41.4; 51.1; Mt 9.27; 15..22).   Trata-se de um clamor, um pedido de auxílio (que nem sempre é um pedido de perdão).  Neste sentido, corresponde ao significado original da palavra "hosana" ("Oh, Senhor! Salva-nos!"). No Kyrie confessamos nossa fraqueza e total dependência de Deus.
                Ainda um outro aspecto convém ser frisado:  o Kyrie tem a forma de uma aclamação.  Nele, a congregação aclama o Senhor que vem ao seu encontro no culto, mediante Palavra e Sacramentos.

O Gloria in Excelsis
                Este cântico, conhecido pelo nome latino Gloria in Excelsis (“Glória nas alturas"), constitui-se no grande hino de louvor da primeira parte do culto.  É uma das partes mais antigas do culto, e parece que se originou na liturgia da igreja oriental.  O cântico exalta o Deus triúno por sua obra.  No entender de Lutero, este cântico não foi feito na terra; veio do céu.  De fato, as palavras iniciais foram cantadas pelos anjos na noite em que o Salvador Jesus nasceu.
               
A Saudação
                Talvez nada cause mais perplexidade (para muitos ao menos) do que esta parte do culto.  Na verdade, não é outra coisa senão o que o nome diz: uma saudação. Pastor e congregação saúdam-se mutuamente antes de, em conjunto, orarem a Deus.
                As palavras "O Senhor seja convosco" têm forte coloração bíblica (conferir Rute 2.4; Jz 6.12; Lc 4.28), para não dizer hebraica.  Quanto à resposta da congregação, talvez não custe insistir nisto: onde se diz "e com o teu espírito", entenda-se "e contigo também".
                Convém notar ainda que a Saudação, por assim dizer, introduz momentos diferentes no culto, razão porque abre a celebração da Santa Ceia.

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