Temos um Deus que fala. Ele criou
os céus e a terra por sua palavra. Ele deseja comunicar-se com a Sua criação.
Portanto, um dos dons que Ele concedeu à humanidade é o dom da linguagem, da
comunicação. Ocorre que, depois do trágico episódio da Torre de Babel (Gênesis
11.1-8), quando Deus confundiu a linguagem entre as pessoas, devido à
arrogância do ser humano, comunicar-se se tornou algo bem difícil. Muitas
vezes, por não sabermos outros idiomas ou até mesmo expressões regionais, a
linguagem acaba nos isolando uns dos outros e do próprio Deus.

Esse silêncio demoníaco pode parecer
muito estranho para nós num primeiro momento. Mas, acredite, ele é real. Existem
momentos em que nós também estamos rendidos ao silêncio semelhante àquele
menino. Às vezes parece que existe algo fora de nós impedindo que coloquemos
pra fora nossa angústia. É uma sensação horrível, que sufoca e nos deixa mudos.
Nós simplesmente não podemos falar sobre certas coisas.
Podem ser nossos próprios pecados
passados. Nossa culpa nos amordaça de tal maneira que sequer queremos pensar
sobre o que temos feito. Muitas vezes são os pecados que os
outros comentem contra nós. Eles produzem o mesmo efeito de nos silenciar. A
vergonha que sentimos reaparece em nossa memória e somos instintivamente
levados a travar nossas bocas.
O que faz com que exista esse
silêncio em nós não é diferente daquilo que fez com que o menino ficasse mudo. É o diabo e
seus demônios que nos mantêm em silêncio também. Quando o seu passado começa a
assombrá-lo, o diabo começa a sussurrar na sua mente: "Será que Deus pode
perdoar realmente isso?" E assim, ele nos silencia. Nos sentimos muito imundos
para orar; culpados demais para falar sobre isso. Quando nos lembramos das
maldades cometidas contra nós, os demônios fecham nossas bocas e sopram em
nossa consciência: "Ninguém quer ouvir sobre isso", “pare de amolar a
Deus”. A verdade é que precisamos de alguém para nos devolver a voz que
perdemos com o pecado e o diabo a fim de que possamos falar de novo com Deus,
nossa família, nossos amigos, nossos pastores. Precisamos falar.
Deus deseja que lhe falemos a céu
aberto. Ele deseja liberar a nossa voz para que lhe confessemos nossas ofensas
e recebamos a cura. Precisamos também de uma voz para falar sobre o perdão
àqueles que nos ofenderam. Quando admitimos nossos pecados diante de Deus,
aproveitando o grande presente da confissão e absolvição, estamos dando um
grito de misericórdia, semelhante ao grito do pai do menino que pediu ajuda
para o seu filho. Confissão é encontrar a nossa voz. Deus expulsará o pecado e
a culpa que você carrega, pelo sangue de Cristo, do mesmo modo como expulsou
aquele demônio do menino. Teremos a nossa vida e voz desimpedidas para andarmos
nos caminhos de Jesus e falarmos sobre o Seu grande amor por nós.
Jesus ouve o nosso grito. Ele se
deu na cruz para fazer-se o alvo do diabo e todos os seus demônios, o alvo de
todos os males que o homem pecador poderia imaginar, o alvo da própria ira de
Deus contra todo o pecado. Jesus removeu toda a sua maldade. Porque Ele removeu
sua maldade e pecado, Ele também removeu sua vergonha e sua culpa. Ele restaura
a sua voz. Ele luta contra os demônios que querem impedi-lo de falar. Ele ouve
a sua confissão. Ele responde a sua oração. Ele lhe dá a Sua própria Palavra
para confessar. Ele restaura a sua voz para você falar em fé em direção a Ele e
no amor para com o seu próximo.
Apenas fale!
Texto
original Rev. Anthony Oliphant (pastor da Redeemer Lutheran Church, Elmhurt,
Ill). The Lutheran Witness. October, 2015. http://blogs.lcms.org/2015/jesus-restores-your-voice
Traduzido e adaptado pelo Rev. Otávio
Augusto Schlender (pastor da Congregação Luterana da Paz de São Vicente, SP).
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