terça-feira, 7 de setembro de 2010

COMISSÃO DE CULTO E ALTAR – ESTUDO 2

Introdução
            No primeiro estudo sobre o assunto, aprendemos que uma comissão de culto e altar só tem sentido de existir porque queremos, cada vez mais, tornar o nosso culto e o seu ambiente agradáveis para aqueles que participam, oferecendo o que temos de melhor para o nosso Deus, até mesmo do ponto de vista da organização. É no culto que Deus nos serve com seu Evangelho, poder de Deus para que sejamos salvos. É no culto que recebemos a comunhão da Santa Ceia. A comissão de culto e altar tem a tarefa de zelar para que o cenário onde tudo isto acontece seja um local digno e propício para a ação de Deus por meio de Palavra e Sacramentos. Aprendemos também que as exterioridades no culto não são essenciais, mas são importantes, visto que doutrina e fé se expressam através de coisas exteriores.
            Vamos partir agora para alguns aspectos mais práticos sobre o trabalho de uma comissão de culto e altar. Para que desempenhemos bem este trabalho é fundamental que conheçamos os significados das coisas que são utilizadas no culto.
Três centros principais
            Em situações normais, as Igrejas Luteranas preservam visíveis em seus locais de culto os três meios pelos quais Deus nos oferece perdão, vida e salvação: Palavra, Batismo e Santa Ceia. O púlpito é o centro da Palavra no culto. A pia batismal é o centro do Batismo. A mesa do altar é o centro da Santa Ceia. Seria interessante planejar a disposição da mobília de maneira a destacar e valorizar estes três centros, pois são uma pequena aula de doutrina e verdades bíblicas expressa nos móveis utilizados no culto.
O Ano da Igreja e os paramentos
            São chamadas de paramentos as toalhas coloridas que são colocadas sobre o altar e o púlpito. O ano da Igreja está relacionado a uma série pré-determinada de leituras bíblicas que busca contemplar, resumidamente, todo o plano da salvação. Está dividido em duas grandes partes: o ciclo do Natal e o ciclo de Páscoa. Ambos se constroem da mesma maneira: começam com uma época de preparação, chegam ao clímax com a celebração da festa central e das que com ela se relacionam, e terminam com um período de extensão. Assim sendo, o ciclo de Natal inicia com o Advento, atinge seu ápice nas Festas de Natal e Epifania (manifestação) e se encerra com os domingos pós-epifania. O ciclo de Páscoa inicia com a Quarta-Feira de Cinzas, centraliza-se nas festas da Páscoa, Ascenção e Pentecostes, e termina com os domingos pós-pentecostes.
            Qual é o significado do Ano da Igreja para nós em nossos dias? As séries de leituras e festas não são partes separadas. São como círculos de uma espiral. São ciclos de vida anuais, vividos em Cristo, com ele e sua igreja. O Ano da Igreja nos ajuda a relembrar e a viver, ano após ano, todo o plano da salvação providenciado por Deus e que nos leva para o céu.
            As cores dos paramentos querem nos simbolizar o período do Ano da Igreja que estamos vivendo. Abaixo seguem as principais cores e seus significados:
Branco: cor que simboliza Deus, a eternidade, as vestes do Cristo glorificado. Perfeição e pureza. Por lembrar alegria e luz o branco é usado nas festas relacionadas a Jesus (Natal, Epifania, Páscoa) e seus domingos subseqüentes.
Azul: símbolo do céu e da esperança cristã. Por isso é a cor do Advento, momento em que a igreja lembra a primeira e a segunda vinda de Jesus.
Vermelho: cor do fogo, do sangue. Cor do amor e da verdade vitoriosa do ensino cristão, baseado no sangue a na justiça de Cristo. Simboliza o fogo do Espírito Santo. É a cor dos dias festivos da igreja: Pentecostes, Dia da Reforma, Aniversário de fundação da congregação, instalação de pastor, ordenação, confirmação.
Verde: cor da vida permanente, nutrimento, descanso. Cor que predomina na natureza, cor da criação. Simboliza o crescimento e expansão da igreja. É usado na época após a Epifania e os domingos após o Pentecostes. Tempo em que a ênfase é a vida da igreja.
Roxo: cor de arrependimento, de colocar-se diante de Deus reconhecendo o seu pecado. É usado na Quaresma, período em que a igreja medita no sofrimento e morte de Jesus em favor de todos nós.
Preto: ausência de cor. Simboliza humilhação, luto. É usado na Sexta-Feira Santa, dia da morte de Jesus.  

As flores
            As flores servem para embelezar e tornar gloriosa a Casa de Deus, onde Ele está presente quando seu povo se reúne em seu nome. Colocam-se flores na igreja para prestar culto e adoração a Deus. São uma expressão da sua beleza e bondade.
            Para que as flores desempenhem corretamente o seu papel no culto é interessante que quem as organiza pense em todo o conjunto. O centro de visão do culto é o altar. Os olhos devem conduzir a ele. Por isso, as flores e a decoração com que se enfeita o conjunto do altar devem estar dispostas de modo a atingir o clímax no todo (não apenas nas flores).

            O altar, por excelência, quer simbolizar a presença de Deus. É um monumento dedicado a Deus. A mesa simboliza o túmulo vazio. A toalha branca que está sobre a mesa nos lembra o manto com o qual o corpo de Jesus foi envolto por ocasião do sepultamento. O túmulo está vazio, o manto cobre apenas o túmulo, não mais o corpo, porque Cristo ressuscitou. Agora, por ordem do próprio Jesus, sobre esta mesa celebramos a Ceia na qual ele mesmo prometeu estar presente com seu corpo e sangue.

            Sobre a mesa do altar, a rigor, deveriam estar apenas os utensílios da Santa Ceia, as velas, a Bíblia, as ofertas (alguns defendem que nem mesmo as ofertas deveriam estar ali, mas num móvel a parte, junto do altar, ou no gazofiláceo – caixa destinada a ofertas). As flores também deveriam ser postas em algum móvel ou suporte ao lado do altar. Não deveria estar mais alto do que a mesa do altar. Isto porque além de ornamentar e embelezar o ambiente de culto, especialmente o monumento do altar erigido ao próprio Deus, as flores também querem simbolizar outra coisa: a criação diante do Criador. As flores querem lembrar-nos de que somos como a erva do campo, que hoje está aqui e amanhã é cortada e desaparece (Lc 12.28). Somos tão frágeis diante da presença de Deus (simbolizado na mesa do altar). Por isso, quando olhamos para as flores no culto podemos lembrar das palavras de Deus através do profeta Isaías: “A erva seca, e as flores caem quando o sopro do SENHOR passa por elas. De fato, o povo é como a erva. A erva seca, a flor cai, mas a palavra do nosso Deus dura para sempre” (Is 40.7-8).
            No próximo estudo queremos continuar explicando alguns detalhes como o uso e significado das velas, a cruz e o crucifixo, as formas da distribuição da Santa Ceia e algumas idéias práticas para uma boa recepção das pessoas no culto do nosso Deus.
            Fica o convite para que mais pessoas se envolvam na organização e preparo do culto, bem como na recepção, para que, cada vez mais, honremos o nome de nosso Senhor e recebamos e acolhamos bem as pessoas que se unem para receber dEle perdão, vida e salvação.

Referências: LANG, P. H. D. Manual da Comissão de Altar. Tradução de Elmer Flor. Porto Alegre: Concórdia, 1987.

2 comentários:

  1. Voces parecem até católicos romanos ...
    Velas
    Crucifixo
    Cruz
    Imagens
    Batismo de crianças
    Semana Santa

    Tenho mais de 20 anos de Evangelho, e só soube agora que a Igreja Luterana é assim.Me espantei.

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    Respostas
    1. Todo ornamento no altar tem um significado...
      Duas velas para lembrar as duas naturezas de Cristo (humana e divina)
      Crucifixo em cima do altar para lembrar o sacrifício perfeito de Jesus em nosso lugar.
      A cruz é o simbolo cristão...
      Não há espanto nisso, tudo tem um significado: lembrar o Evangelho de Jesus Cristo.

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